Letras Português

Histórico do Curso de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa

Após análise de diagnóstico do Centro de Documentação e Informação – CEDIN – SEDUC-MA, que caracterizou a precária situação em que se encontrava o quadro docente do sistema educacional, quanto à qualificação deste, a Universidade Estadual do Maranhão, considerando sua responsabilidade na formação de recursos humanos qualificados para o ensino, a pesquisa e a extensão não pôde deixar de incluir, em seu projeto pedagógico, a criação de cursos de licenciatura que viessem a contribuir, de forma mais eficiente, na capacitação de professores que pudessem atuar no ensino fundamental e médio de São Luís. Assim, emergiu o Curso de Letras, proporcionando oportunidades àqueles que por extensão de sobrevivência, se veem impedidos de se qualificar.
Nesse sentido, a Uema, comprometida com a sociedade maranhense, viabilizou esforços junto aos órgãos responsáveis pelo sistema educacional maranhense, visando a implementação de uma política de desenvolvimento de recursos humanos voltada para a graduação e para a educação continuada de professores da rede pública, na tentativa de minimizar as deficiências, concorrendo para a melhoria do ensino público do Estado.
Imbuída nesse propósito é que por meio da Resolução 100/92 – CONSUN-Uema, a Universidade Estadual do Maranhão deu origem ao Programa de Capacitação de Docentes – PROCAD. A sistemática de funcionamento desse Programa de Capacitação de Docentes foi efetivada em dois regimes: Regime Parcelado – intensivo e Regime Regular. É importante ressaltar que o referido programa, em seu início, atendia apenas aos professores da rede oficial (Estado, Município e Federação) e escolas comunitárias, desde que as mesmas fossem conveniadas com a SEDESC.
Com a expansão do Programa e diante dos constantes reclames da sociedade abrangente, a Uema, em prol de uma formação profissional consciente de sua função junto à sociedade maranhense, criou em 1994 o Centro de Educação, Ciências Exatas e Naturais (Cecen), que absorveu os cursos já existentes (Letras, Pedagogia e Ciências) do regime regular, bem como novos cursos: História, Geografia, Ciências e seus respectivos departamentos.
Apesar das dificuldades técnico-administrativas e financeiras, tais óbices foram vencidos, conseguindo-se a autorização do Curso de Letras mediante a Resolução CEE 636/1997, na expectativa do reconhecimento que se deu mediante a Resolução CEE 001/2000, que reconhece o Curso de Letras Licenciatura Plena, com Habilitação em Língua Portuguesa, Língua Inglesa e Respectivas literaturas, oferecido pelo Cecen.
Desta forma, o Curso de Letras ousou e apresentou o projeto pedagógico nas habilitações de Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa e na habilitação em Língua Portuguesa, Língua Espanhola e respectivas literaturas, sendo aprovada sua criação pela Resolução 499/2003 – CEPE/Uema. O PPP (Projeto Político-Pedagógico) do Curso de Letras em Língua Portuguesa e literaturas de Língua Portuguesa foi enviado ao Conselho Estadual de Educação para apreciação e análise, sendo reconhecido pela Resolução nº 121/2003.
Após um período experiencial de sete longos anos, ratificou-se a consolidação do Curso de Letras da Uema e a credibilidade pela comunidade externa e pelos organismos estaduais, criando-se uma ambiência para a expansão da Licenciatura.
Tendo cumprido os seus objetivos, o Curso de Letras está respaldado numa visão contextualizada de educação, baseada nas finalidades da educação superior, que é regida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9394/96, fundamentando os princípios básicos das práticas educativas, culturais e políticas da sociedade.
O cenário político, sóciocultural, econômico, científico e educacional, projetado para os próximos tempos, exige uma Universidade que deva estar atenta aos paradigmas da ciência contemporânea. Deve-se buscar, nesse cenário plural, sustentação para o seu projeto pedagógico, visando à qualificação exigida pelo exercício profissional da docência no ensino regular dos sistemas. A prática docente é a condição sine qua non do que está disposto no Art. 67, face aos sistemas públicos, constante do título VI da LDB: Dos profissionais da educação.
Vale ressaltar, ainda, que as transformações pelas quais as sociedades estão passando, resultantes das profundas alterações na esfera da produção em nível planetário, colocam em risco os paradigmas até então vigentes e aceitos nas Ciências Sociais.
A modernidade se define, enfim, pela globalização. O mundo é definitivamente, global, como no passado recente foi trilateral. Continua desigual, heterogêneo, avesso às explicações definitivas, capaz de surpreender sempre as teorias e as certezas, irrompendo os esquemas a cada nova situação, a cada acontecimento criado pelo homem. Cabe a ele acompanhar e procurar entender as mudanças e não congelar o que nunca é perene.
Os valores, a cultura, a vocação universalista de cada um de nós, a solidariedade, a responsabilidade de construir o mundo para seres humanos é o que leva a projetar um Curso e uma Universidade moderna.
O referencial teórico-técnico deve estar em constante revisão e recriação, procurando definir, criticamente, os métodos mais confiáveis, mais pertinentes e, por outro lado, aplicar aqueles que proporcionam melhores condições de análise, em consonância aos anseios da comunidade universitária.
Assim, perspectiva-se no ensino a fusão do processo científico e pedagógico, ou seja, objetiva-se uma pedagogia que, fundamentada no processo científico, oportunize ao educando condições de aprender a produzir conhecimento científico.
Compromissado com a região, o Curso de Letras Licenciatura em Língua Portuguesa e Literaturas de Língua Portuguesa propõe-se a formar, capacitar e atualizar profissionais integrados à realidade local, despertando-os para o aproveitamento das suas potencialidades socioeconômicas e culturais, tornando-os autênticos promotores do desenvolvimento regional.
A linha de pesquisa adotada é a que acena para as possibilidades de melhoria dos padrões de vida nesta região, considerando os aspectos éticos e de convívio social. A extensão, por outro lado, direciona o formando à compreensão das realidades e peculiaridades locais, estimulando-o ao esforço promocional da qualidade de vida da população em foco. Os serviços oferecidos às diversas entidades públicas e privadas, realizados por professores e alunos, visa a contribuir à formação de recursos humanos, para a promoção da comunidade e a integração, cada vez maior, da Instituição à sociedade e à região.
Desse modo, este curso pretende formar profissionais capazes de se engajarem de forma criativa, consciente e transformadora ao contexto sociopolítico, econômico e cultural em que estão inseridos. Profissionais que estejam aptos a fazerem frente aos desafios que a sociedade propõe e que possam contribuir com intervenções pertinentes, criativas e inovadoras, minimizando, dessa forma, a situação precária de analfabetismo e a falta de qualidade de profissionais, no despertar de uma consciência crítica que lhes permita adequar o ensino ministrado às necessidades do meio social em que atuam.